Na última sexta-feira de fevereiro os beneficiários do projeto ‘Soar’ do IOK (Instituto Olga Kos) se reuniram num espaço ao ar livre para primeira apresentação do projeto. A expectativa para a segunda apresentação, em 19/03, é que os participantes interpretem canções autorais escritas por Alessandra Nunes, instrutora de música. Com sessenta participantes, a atividade acontece em dois encontros semanais. Devido ao clima emocionante, tanto pelo repertório _que agrega música e artes plásticas _ como pelas histórias, a responsável pelo Departamento de Artes, Silvia Liz, encerrou o encontro em lágrimas.

A primeira apresentação do projeto ‘Soar’ também revelou histórias singulares e a vivência, além de despertar a musicalidade de todos, proporcionou uma experiência na qual todos compartilharam angústias, desafios e conquistas. Este foi o caso de Suzimar Lima, tia de João Vitor Batista de doze anos. Como cuidadora do garoto e do irmão dele, Luca Gabriel, nove anos, que, embora não tenha deficiência, acompanha as atividades do Soar; ela se disse muito grata pela receptividade que aproxima os irmãos. “Além de ajudar no desenvolvimento do João, o Lucas aprende, desde pequeno, temas como diversidade e inclusão”, afirmou.

Outra história impactante foi compartilhada por Vilma dos Santos, mãe de José Guilherme dos Santos, diagnosticado com Síndrome de Down.  Segundo ela, o filho teve depressão porque sofreu bullying na escola, se isolou, mas, ao frequentar o projeto Soar, recuperou o interesse pela convivência. Emocionada, Vilma ficou esperançosa ao ver o filho interagindo novamente.

Já Cristiane Alves Saraiva que cuida da beneficiária Thaisa de Carvalho, 18 anos, observou: “Antes ela ficava mais no celular e agora tem uma rotina mais dinâmica”.

Outra senhora, Maria do Amparo Alves, mãe de Rogério Pereira, 43 anos, autista, narrou que, às vezes, o filho está calmo, outros dias, agressivo, e que as atividades auxiliam no equilíbrio destas emoções.  Ela também lembrou que antes ele frequentava o CEU, mas, devido à pandemia e à interrupção das atividades, o rapaz retrocedeu muito e ela entende que regrediu junto com ele, contudo, com a oficinas do Projeto Soar ambos revigoraram.

Por fim, Neusa Aparecida Violatto, mãe de Bruna Aparecida Violatto, 36 anos, citou que a filha age igual a uma criança de cinco ou seis anos. “Ela não memoriza as coisas, para que consiga guardar algo precisa ser tudo muito repetitivo. Neste contexto, as propostas do Soar são fundamentais, tendo em vista que ela teve um princípio de AVC. Hoje Bruna está mais paciente porque era muito agressiva…”, salientou.

Vale ressaltar que Bruna Violatto não consegue ler nem escrever, ficou oito anos em uma ONG e não se desenvolveu, já no IOK ela conseguiu aprender sobre as cores, o formato das coisas e, ao ouvir música, sabe que é ‘para dançar e isso para ela é vida…”, lembrou Neusa. “Tudo o que ela faz no Soar quer fazer em casa também” acrescentou.

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