Iniciativas do Instituto Olga Kos vencem desafio de se adaptar à nova realidade e seguem impactando a vida de seus beneficiários

É difícil pensar na prática de artes marciais sem falar em contato físico entre atletas ou deles com seus mestres. Nas lutas, nos treinos ou mesmo no trabalho focado em movimentos específicos, muito do que é trabalhado nesses esportes depende de presença. Há quase um ano, porém, o Instituto Olga Kos tem trabalhado remotamente em projetos de artes marciais e conciliado o desafio do online com a proposta de promover a inclusão social de seus beneficiários.

A migração para o online foi uma consequência direta da pandemia do novo coronavírus. Com a necessidade de distanciamento social e a criação de protocolos voltados a mitigar a chance de contaminação de todas as pessoas envolvidas nas oficinas, o modelo não presencial foi a saída encontrada pelo Instituto Olga Kos para que seu público não ficasse desassistido.

“A gente precisou adaptar todo o fluxo de trabalho, preparar a equipe para a nova realidade e pensar em dinâmicas que funcionassem especificamente no ambiente online. Foi um desafio enorme”, avalia Crystiane Souza, coordenadora do departamento de esportes do Instituto Olga Kos.

O esporte é um dos principais pilares da entidade sem fins econômicos, cujo propósito é a promoção de inclusão social de pessoas com deficiência. Esse fim é trabalhado a partir de projetos com começo, meio e fim, balizados por metodologias desenvolvidas pelo departamento de pesquisa da entidade social.

O “Inclusão em Dose Dupla”, por exemplo, é um projeto que reúne karatê e taekwondo para participantes a partir de seis anos. São duas oficinas semanais, cada uma com uma hora de duração, e um total de 72 beneficiários.

“Desde que o Instituto Olga Kos entrou nas nossas vidas, tudo melhorou. Meu filho Guilherme foi diagnosticado com autismo e uma doença respiratória, e a médica dele sugeriu a prática de artes marciais. Além de ajudar na questão pulmonar, é algo que trabalha a socialização, relaxa e dá mais energia. Se eu tivesse tempo, até eu me inscreveria”, diz Michelly Silva, mãe de um dos inscritos no projeto. “Seria melhor se tivéssemos aulas presenciais, mas ele se sente estimulado a colocar o quimono em casa e fazer as aulas”, completa.

Outro projeto de artes marciais em execução atualmente é o “Taekwondo IX – Inclusão pelo Esporte”, que contempla quatro turmas (25 participantes em cada uma) e também oferece duas oficinas por semana.

“Eu era muito mais tímido, mas com os professores do Instituto Olga Kos eu aprendi a conversar mais e trabalhar com meus colegas. Um ajuda o outro no tatame. Sou muito agradecido e feliz por conhecer o taekwondo. Mudou a minha vida”, relata Davi Alves, um dos beneficiários do projeto.

As iniciativas desenvolvidas pelo Instituto Olga Kos seguem acontecendo de acordo com protocolos que priorizam a saúde de todos os envolvidos. O projeto “Inclusão em Dose Dupla” vai até agosto deste ano, e o “Taekwondo IX – Inclusão pelo Esporte” segue até março de 2022.