O encontro é coordenado pelo Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural, uma das 12 entidades indicadas pelo Vaticano para participar da criação de um novo modelo de educação para o mundo.

 O Scholas Cidadania é um programa educativo para a formação de estudantes que estejam cursando até o segundo ano do ensino médio. Os jovens que vão participar do encontro em São Paulo foram selecionados em escolas públicas, privadas e religiosas, como o Colégio Santa Maria, a Escola da Vila e a Associação pela Família Gracinha. De 24 a 28 de outubro, eles estarão reunidos no CEU Cidade Dutra, na Zona Sul da capital paulista, com um desafio: aprofundar a discussão de problemas do cotidiano na região onde vivem e propor soluções que serão encaminhadas para as autoridades municipais. Antes disso, nos dias 20 e 21 de outubro, 25 jovens voluntários serão capacitados para ajudar a coordenar o programa; entre eles, um participante do Instituto Olga Kos (IOK) com síndrome de Down.

A ideia do Scholas Cidadania é estimular a participação dos jovens para que, a partir das suas experiências, possam promover transformações neles e na comunidade. Na semana de imersão no CEU Cidade Dutra, os jovens vão participar de uma série de atividades para que possam identificar os problemas, eleger o que eles consideram prioritários e juntos buscarem as melhores soluções. No último dia, as propostas serão apresentadas às autoridades competentes. 

 
Programa mundial

O Brasil será o 16º país a receber o programa, que já passou por Argentina, Haiti, Paraguai, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Itália, Estados Unidos, Cuba, Índia, Filipinas, França, Egito, Austrália, Moçambique e Nigéria. De acordo com Maria Chediek, relações internacionais do Scholas, deficiências no sistema educacional e de saúde, insegurança, gravidez precoce, bullying, discriminação, suicídio entre jovens, vício em drogas, homofobia e corrupção foram alguns dos problemas levantados por jovens desses países.

 Em San Martín de los Andes, na Argentina, por exemplo, foi identificado que um dos hospitais não tinha insumos. Os jovens organizaram, então, uma maratona para arrecadar fundos e comprar materiais. Já em Dubai, os estudantes resolveram montar grupos para patrulhar e reportar casos de bullying. A atitude diminuiu o número de casos desse tipo de agressão no país.

 O Scholas Occurrentes é um projeto que começou em 2006, em Buenos Aires, quando o Papa Francisco, ainda era o arcebispo Jorge Mario Bergoglio. Naquela época, ele foi convidado por José María del Corral, então presidente do Conselho Geral de Educação na Argentina, a participar do “Escola de Vizinhos”, que une crianças de escolas públicas e particulares de todas as religiões com a finalidade de formar cidadãos comprometidos com o bem comum. O Vaticano abraçou a ideia e agora pretende espalhar esse conceito por todos os continentes.

  A atuação do IOK no projeto

O Instituto Olga Kos foi escolhido para participar do projeto pela excelência do trabalho que realiza no atendimento a mais de 3.500 pessoas com deficiência intelectual, especialmente a Síndrome de Down, por meio da arte e do esporte na cidade de São Paulo.

 “Estamos muito felizes em termos sido escolhidos para integrar esse projeto grandioso da Igreja Católica que pretende apoiar pelo menos 200 mil projetos de inclusão ao redor do mundo”, afirma  Wolf Kos, presidente do IOK.

 Ele e a vice-presidente do Instituto, Olga Kos, foram recebidos pelo Papa Francisco em fevereiro deste ano numa solenidade para oficializar a participação do Instituto no projeto. Em junho, uma comitiva do Vaticano veio a São Paulo e viu de perto o trabalho do IOK o que solidificou a participação do Instituto no projeto e na organização dessa importante etapa que demonstra na prática o que o projeto se propõe.

 Encontro Scholas Occurrentes no Brasil

Data: de 24 a 28 de outubro

Horário: a partir das 8h

Local: CEU Cidade Dutra – Av. Interlagos, 7350 – Cidade Dutra – São Paulo, SP

 

Sobre o Instituto Olga Kos

Fundado em 2007, o Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural (IOK) é uma associação sem fins econômicos, com qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), que desenvolve projetos artísticos e esportivos, aprovados em leis de incentivo fiscal, para atender, prioritariamente, crianças, jovens e adultos com deficiência intelectual. Além disso, parte das vagas dos projetos é destinada a pessoas sem deficiência, que se encontram em situação de vulnerabilidade social e residem em regiões próximas aos locais onde as oficinas são realizadas. O Instituto Olga Kos conta com uma equipe multidisciplinar formada por artistas plásticos, arte-educadores, psicólogos, educadores físicos, fisioterapeutas, mestres em Karate-Do e Taekwondo, profissionais multimídia e pedagogos. As oficinas de esportes buscam incentivar a prática esportiva (Karate-Do e Taekwondo), estimular o desenvolvimento mo­tor e melhorar a qualidade de vida dos participantes. Já as oficinas de artes buscam divulgar a diversidade cultural e artística de nosso país, expandir o acesso à cultura, incentivar o exercício da arte e desenvolver os canais de comunicação e expressão dos participantes, por meio dos programas: “Pintou a Síndrome do Respeito” e “Resgatando Cultura”. Todas estas atividades procuram garantir que a pessoa com deficiência intelectual reúna condições de participar de forma mais efetiva da sociedade da qual ela faz parte. Além disso, o IOK desenvolve a articulação de redes de apoio para geração de renda e inclusão no mercado de trabalho, por meio de parcerias com instituições que promovem o aprendizado de habilidades profissionais.