Projeto Beleza das Cores utiliza a produção artística para incluir, socializar e compartilhar afetos
01 Abril, 2022 por Equipe IOKObjetivos de inclusão social, estímulo ao autoconhecimento e desenvolvimento pessoal dos participantes têm sido plenamente atingidos
Beleza das Cores: este é o nome de um projeto que utiliza a imensa variedade das cores para produzir arte, provocar a criatividade e, sobretudo, para favorecer a inclusão social de pessoas com deficiência.
Desenvolvido pelo departamento de artes do IOK (Instituto Olga Kos) o objetivo dos instrutores é fazer da produção artística e coletiva uma forma de estimular tanto os aspectos cognitivos quanto os afetivos. Vale ressaltar que ao favorecer as habilidades sociais e interpessoais, o projeto também oferece apoio para que os participantes adquiram o autoconhecimento que estimula a autoestima.
Vários estudiosos têm se debruçado, ao longo do tempo, a pesquisar e divulgar que a arte é um dos mais poderosos instrumentos de inclusão sociocultural. Para o cientista norte-americano Haward Gardner, por exemplo, um estudioso das inteligências múltiplas “todos os indivíduos tem potencial para ser criativos”. Isto se deve ao fato de que a arte, em sua dimensão global, auxilia no desenvolvimento de um olhar distinto sobre a realidade. Esta visão peculiar, por outro lado, abre novos caminhos e possibilita relações mais dinâmicas entre as pessoas. Quando transferimos estes benefícios para o ‘mundo’ das pessoas com deficiência ou vulneráveis socialmente ((excluídas e/ou marginalizadas) entendemos o valor de projetos como o ‘Beleza das Cores’.
Consciente de que a produção artística é uma maneira extremamente produtiva de ampliação dos aspectos cognitivos e afetivos, a instrutora de artes visuais do projeto Beleza das Cores, Débora Hermann, conta um pouco do trabalho que tem sido realizado junto aos participantes: “Quando iniciamos o projeto, buscamos criar um planejamento que possibilitasse a sensibilização visual e estética através de processos de investigação, criação artística e recorrendo a uma diversidade de referências e técnicas. O grande desafio foi pensar em oficinas que exigiram algumas adaptações para os diferentes cenários atendidos”, destaca.
Ela também ressalta que a diversidade de saberes da equipe de apoio foi fundamental para que o projeto se desenvolvesse: “Contar com uma equipe afinada e com diferentes saberes, foi essencial, tanto pela troca de olhares que expressavam a cumplicidade no desenvolvimento do trabalho, como pela contribuição das particularidades profissionais que nos possibilitou um aprendizado contínuo enquanto equipe”, observa. Já em relação aos participantes, sem dúvida, os maiores beneficiários, Débora afirma: “Quanto aos participantes, poderia descrever muitas belezas que aconteceram durante todo o processo. Em todas as instituições fomos recebidas com brilho nos olhos, acolhida, afeto e muita sede de aprendizado e troca. O vínculo foi sendo construído e fortalecido a cada encontro e, ao final do projeto, a grande Beleza das Cores, expressas na produção final das telas, também se tornou a Beleza dos Afetos, tamanha troca que tivemos com cada um dos participantes em sua singularidade”, salienta.
Por fim, Débora também observa que toda a experiência decorrente do trabalho “foi marcante, sensível e enriquecedora, o que só me faz acreditar ainda mais na potência que a arte e a educação proporcionam em nossa vida individual e coletiva”, finaliza.