Problemas no ensino e intolerância serão os temas do encontro provido pelo Vaticano e pelo Olga Kos em SP
20 Outubro, 2016 por Equipe IOKAssuntos, escolhidos por jovens estudantes por meio de votação eletrônica, serão debatidos entre os dias 24 e 28 de outubro.
O Scholas Occurrentes, ONG ligada ao papa Francisco, acaba de divulgar o resultado da votação dos dois temas que serão debatidos durante um encontro com jovens de várias escolas de São Paulo entre os dias 24 e 28 de outubro no CEU Cidade Dutra, na capital paulista. São eles: problemas relacionados à educação, como a má qualidade do ensino, a falta de infra-estrutura nas escolas e a dificuldade de acesso a pessoas com deficiência; e a intolerância, seja ela religiosa, sexual ou partidária.
Ao todo, 300 jovens de diversas escolas públicas e particulares de São Paulo, como Escola da Vila, Colégio Santa Maria e Associação pela Família Gracinha, participaram da votação. O projeto faz parte do Scholas Cidadania, um programa educativo mundial voltado a estudantes que estejam cursando até o segundo ano do ensino médio. No Brasil, o encontro é apoiado pelo Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural (IOK), que promove a inclusão de mais de 3.500 pessoas com deficiência intelectual, como autismo e síndrome de Down, em São Paulo.
A ideia do Scholas Cidadania é estimular a participação dos jovens para que, a partir das suas experiências, eles possam promover transformações neles próprios e nas comunidades da qual fazem parte. Na semana de imersão no CEU Cidade Dutra, os estudantes vão participar de uma série de atividades, como visitas de campo e consultas a especialistas para que, juntos, busquem as melhores soluções. No último dia, as propostas serão apresentadas às autoridades competentes.
Programa mundial
O Brasil será o 16º país a receber o programa, que já passou por Argentina, Haiti, Paraguai, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Itália, Estados Unidos, Cuba, Índia, Filipinas, França, Egito, Austrália, Moçambique e Nigéria. De acordo com Maria Chediek, relações internacionais do Scholas, deficiências no sistema educacional e de saúde, insegurança, gravidez precoce, bullying, discriminação, suicídio entre jovens, vício em drogas, homofobia e corrupção foram alguns dos problemas levantados por jovens desses países.
Em San Martín de los Andes, na Argentina, por exemplo, foi identificado que um dos hospitais não tinha insumos. Os jovens organizaram, então, uma maratona para arrecadar fundos e comprar materiais. Já em Dubai, os estudantes resolveram montar grupos para patrulhar e reportar casos de bullying. A atitude diminuiu o número de casos desse tipo de agressão no país.
O Scholas Occurrentes é um projeto que começou em 2006, em Buenos Aires, quando o Papa Francisco, ainda era o arcebispo Jorge Mario Bergoglio. Naquela época, ele foi convidado por José María del Corral, então presidente do Conselho Geral de Educação na Argentina, a participar do “Escola de Vizinhos”, que une crianças de escolas públicas e particulares de todas as religiões com a finalidade de formar cidadãos comprometidos com o bem comum. O Vaticano abraçou a ideia e agora pretende espalhar esse conceito por todos os continentes.
A atuação do IOK no projeto
O Instituto Olga Kos foi escolhido para participar do projeto pela excelência do trabalho que realiza no atendimento a mais de 3.500 pessoas com deficiência intelectual, especialmente a Síndrome de Down, por meio da arte e do esporte na cidade de São Paulo.
“Estamos muito felizes em termos sido escolhidos para integrar esse projeto grandioso da Igreja Católica que pretende apoiar pelo menos 200 mil projetos de inclusão ao redor do mundo”, afirma Wolf Kos, presidente do IOK.
Ele e a vice-presidente do Instituto, Olga Kos, foram recebidos pelo Papa Francisco em fevereiro deste ano numa solenidade para oficializar a participação do Instituto no projeto. Em junho, uma comitiva do Vaticano veio a São Paulo e viu de perto o trabalho do IOK o que solidificou a participação do Instituto no projeto e na organização dessa importante etapa que demonstra na prática o que o projeto se propõe.
Encontro Scholas Occurrentes no Brasil
Data: de 24 a 28 de outubro
Horário: a partir das 8h
Local: CEU Cidade Dutra – Av. Interlagos, 7350 – Cidade Dutra – São Paulo, SP
Sobre o Instituto Olga Kos
Fundado em 2007, o Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural (IOK) é uma associação sem fins econômicos, com qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), que desenvolve projetos artísticos e esportivos, aprovados em leis de incentivo fiscal, para atender, prioritariamente, crianças, jovens e adultos com deficiência intelectual. Além disso, parte das vagas dos projetos é destinada a pessoas sem deficiência, que se encontram em situação de vulnerabilidade social e residem em regiões próximas aos locais onde as oficinas são realizadas. O Instituto Olga Kos conta com uma equipe multidisciplinar formada por artistas plásticos, arte-educadores, psicólogos, educadores físicos, fisioterapeutas, mestres em Karate-Do e Taekwondo, profissionais multimídia e pedagogos. As oficinas de esportes buscam incentivar a prática esportiva (Karate-Do e Taekwondo), estimular o desenvolvimento motor e melhorar a qualidade de vida dos participantes. Já as oficinas de artes buscam divulgar a diversidade cultural e artística de nosso país, expandir o acesso à cultura, incentivar o exercício da arte e desenvolver os canais de comunicação e expressão dos participantes, por meio dos programas: “Pintou a Síndrome do Respeito” e “Resgatando Cultura”. Todas estas atividades procuram garantir que a pessoa com deficiência intelectual reúna condições de participar de forma mais efetiva da sociedade da qual ela faz parte. Além disso, o IOK desenvolve a articulação de redes de apoio para geração de renda e inclusão no mercado de trabalho, por meio de parcerias com instituições que promovem o aprendizado de habilidades profissionais.