Estudo, em desenvolvimento, tem como objetivo mensurar a inclusão nas cidades brasileiras, abrindo portas para a formulação eficiente de políticas públicas para pessoas com deficiência 

Analisar a condição de inclusão de pessoas com deficiência no Brasil, bem como identificar as variáveis que compõem a inclusão deste público, para fundamentar a formulação e o monitoramento eficiente de políticas públicas. Esse é o objetivo do Índice Nacional de Inclusão Olga Kos para Pessoas com Deficiência (INIOK_PCD), instrumento inédito no país, que está sendo desenvolvido pelo Instituto Olga Kos (IOK) desde 2019.

A composição do índice teve duas fases iniciais, a primeira foi analisar os documentos internos de avaliação e monitoramento do Instituto Olga Kos, e a segunda foi desenvolver, por meio de dados secundários quantitativos, o protótipo do índice. Este processo foi realizado conjuntamente com a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI). 

Os dados secundários foram escolhidos a partir da síntese de três grandes pesquisas nacionais – IBGE, PNS e IPEA, seguindo algumas variáveis, entre elas escolaridade, trabalho, renda, participação em serviços de reabilitação, limitação das atividades, tecnologia assistiva e participação social.    

“Não temos ainda uma métrica social capaz de medir a inclusão das pessoas com deficiência no país. O Índice Nacional de Inclusão Olga Kos será importante para preencher essa lacuna”, disse o presidente do IOK, Wolf Kos, ao lembrar que esta temática está sendo muito discutida pela ONU dentro da Agenda 2030, que fala dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável).  

Validação – Atualmente está em execução o processo de validação do INIOK_PCD com apoio do Programa Pátria Voluntária do Governo Federal, e também da Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP). Nesta etapa serão realizadas pesquisas de campo com cerca de cinco mil pesquisados, para a definição de variáveis e indicadores a partir da participação de pessoas com deficiência.

“Serão aplicados questionários em larga escala por entrevistadores, que vão acompanhar o dia a dia de pessoas com deficiência. A equipe, sob coordenação do Instituto, será formada por voluntários convidados pelo Programa Pátria Voluntária e por estudantes universitários”, afirma a coordenadora do Departamento de Pesquisas do IOK, Natália Monaco, acrescentando que a pesquisa se dará nos próximos 18 meses.

Audiência Pública – Dada a importância da formulação do INIOK_PCD, a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados realizou audiência pública, em 21 de setembro, para debater o estudo. A ação foi requerida pelo deputado Alexandre Padilha (ex-ministro da Saúde) e contou com a participação da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, membros de secretarias do governo federal e representantes da Comissão de Seguridade Social e Família. 

A iniciativa do IOK também conta com apoio do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, Ministério da Justiça e Segurança Pública e Ministério da Cidadania.

Sobre o IOK

Fundado em 2007, o Instituto Olga Kos (IOK) é uma organização sem fins lucrativos, que desenvolve projetos artísticos, esportivos e científicos para atender, prioritariamente, crianças, jovens e adultos com deficiência intelectual ou física e, também, abre espaço para pessoas sem deficiência em vulnerabilidade social, proporcionando trocas de experiências e a inclusão.

Ao traçar sua rota, o IOK acompanha a trajetória do beneficiário e sua evolução durante a realização das oficinas, adaptando e melhorando as metodologias por intermédio de pesquisas e instrumentos inéditos como o Indicador de Desenvolvimento Olga Kos (Idok) e o Índice Nacional de Inclusão da Pessoa com Deficiência Olga Kos (Iniok).

 Os principais objetivos dos projetos são: estimular a autonomia e o desenvolvimento social da Pessoa com Deficiência por intermédio de suas práticas; melhorar a qualidade de vida, ampliar os canais de comunicação e expressão dos participantes e desenvolver valores como cooperação e solidariedade.