O dia a dia de um responsável por pessoas com deficiência exige muita dedicação. Pensando nessa entrega e a frente do desenvolvimento de oficinas de artes há quinze anos, o Instituto Olga Kos tinha um desejo: a realização de um projeto direcionado às famílias, ou seja, o Famílias Inclusivas é a concretização de um anseio antigo.

Os responsáveis pelos beneficiários ansiavam o mesmo, segundo Roberto Palazzi, gestor cultural que há 14 anos frequenta as oficinas do IOK juntamente com a sua irmã Giselle Palazzi, diagnosticada com síndrome de Down. Há seis anos os pais se organizavam informalmente em um grupo que acontecia as segundas-feiras e para ele a organização oficial do IOK deixa a proposta mais coerente e anima os envolvidos a participarem de maneira efetiva.

Quem compartilha a concepção do projeto é o coordenador artístico Guga Paulino: “é recorrente que os responsáveis peçam o protagonismo dos filhos. Com as atividades do Famílias Inclusivas, a partir do momento que os responsáveis têm as mesmas vivências que os beneficiários percebem que o protagonismo, quando acontece, é decorrente do processo e não por indução ou pré definição”. Guga Paulino ainda destaca: “um dos intuitos deste projeto Famílias Inclusivas é descobrir quem são estas pessoas para além da sua maternidade ou paternidade, quais outros aspectos desta vida a gente pode conhecer através deste projeto”, este despertar é fundamental.

“Aqui a gente brinca, se diverte, se desestressa, eu estou amando” declara Eliana Braz da Silva Oliveira que acompanha o filho Murilo Oliveira da Silva diagnosticado com síndrome de Down. A costureira aproveita as oficinas ao lado da outra filha, Maria Eduarda, que não tem deficiência física ou intelectual, e ressalta: “é fundamental a participação da família, é muito legal esta inclusão, não apenas dele, acredito que com a participação da minha filha, ela irá entender mais e dar sequência ao segmento”.

A beneficiária Linda Mieko de Almeida, de 17 anos, demonstrou muita alegria ao saber que a irmã tem alguma atração enquanto ela faz em oficina: “eu fico muito contente porque a gente se ajuda”

Já a pedagoga Patrícia Assolant observa que o Famílias Inclusivas faz com que os responsáveis fiquem ainda mais próximos do trabalho promovido para os beneficiários, “a maioria está mais envolvido e mais comprometido”, conclui.

Entre cores, risadas, compartilhamento de experiências durante a oficina dos Famílias Inclusivas cada responsável fez uma colagem, surgiram muitas homenagens, aos filhos, inclusive, reflexões de temas que variavam entre guerra, pandemia e outras discussões presentes em nosso meio, como também angústias e alegrias pessoais. Os nomes que cada responsável deu a sua arte sintetiza um pouco desta diversidade, entre eles, “O Cantinho do Ogro”, “O sol brilha para todos”, “Infância”, “Sem anos de Judite”, “A paz” e “A existência”.

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