Em média sessenta pessoas com deficiência visitaram o Museu Afro Brasil através do projeto “Cidade Inclusiva” realizado pelo IOK.

O espaço conta com um acervo de mais de mil obras nos seguintes núcleos: África: diversidade e permanência; trabalho e escravidão; religiões afro-brasileiras; o sagrado e o profano e história e memória.

Uma das participantes do projeto “Cidade Inclusiva”, Gislene Souza Dias, que desenvolve diversas atividades artísticas no Instituto Olga Kos (IOK), compartilhou durante a visitação que acredita que um dia verá as suas próprias obras em exposição.

Para a coordenadora artística e de produção do projeto citado, Francine Fernandes, as visitas monitoradas em museus promovem o sentimento de pertencimento nas pessoas com deficiência. De acordo com ela “nem todos sabem que às quartas-feiras a entrada é gratuita, por exemplo, e esta informação desperta a consciência de que há acesso e, por consequência, a “ocupação dos territórios”. O ato de sair, conhecer espaços, explorar a cidade de São Paulo, cuidar de si, do seu próprio material e cuidar destes espaços também estimula diversas habilidades bem como a autonomia.

Já Lorena Santana Santos, que acompanhou o filho Gabriel Maxwell Santana Ribeiro, considera que teve a oportunidade de conhecer o museu ao acompanhar o filho e disse acreditar que as imagens influenciam e que o visual é importante e reforça a ancestralidade.

Por outro lado, a instrutora do IOK, Monica do Santos Rocha, destacou que é a primeira professora de taekwondo com síndrome de down do Instituto Olga Kos e demonstrou emoção ao ver a obra “Santo Ângelo” (presente na exposição temporária “Padre Jesuíno do Monte Carmelo aos olhos de Mário de Andrade”) feita na segunda metade do século XXI por Jesuíno do Monte Carmelo.

“A pessoa se reconhece, reconhece a própria história… Como a Monica que viu o santo e associou com a história do avô, ela chegou a tirar a foto para mostrar para a família. No processo de formação do cidadão, a identidade, a noção de ancestralidade e conhecimento histórico são fundamentais” , concluiu a pedagoga Patrícia Ronnis.

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