A etapa mais complexa foi a adaptação do Edital do Concurso, com muitas versões até a forma final publicada em março de 2009.
O edital foi adaptado com orientações aos candidatos e aos familiares, tendo em vista que muitas pessoas com deficiência intelectual não são emancipadas. Quarenta pessoas que têm essa deficiência se inscreveram. Os requisitos e as provas foram adaptados, sempre tendo como base o concurso regular do CRECI, no qual a primeira etapa é composta por provas objetivas com 10 (dez) questões de múltipla escolha com (5) cinco alternativas possíveis. Os conteúdos referiam-se a comunicação e expressão em língua portuguesa, matemática e conhecimentos gerais. Cada questão respondida corretamente valia 1 (um) ponto, perfazendo o total máximo de 10 (dez) pontos.
Na ocasião da realização da prova, os candidatos receberam instruções gerais e esclarecimentos individuais de acordo com a necessidade. Houve necessidade de orientar individualmente um candidato que insistiu na leitura em voz alta e outra que queria fazer rascunho da prova. A segunda etapa incluiu a prova oral, realizada em horário previamente agendado pelo candidato. Esta prova, também com efeito classificatório, incluiu aspectos de relacionamento interpessoal, fluência verbal, conhecimento e experiência na área da vaga, administração de conflitos e habilidade de negociação. Assim como na prova escrita, nesta etapa foram feitas as adaptações para que os conteúdos fossem acessíveis a pessoas com deficiência intelectual, e as questões foram sorteadas pelo próprio candidato, na forma de 5 (cinco) perguntas, sendo que duas delas envolveram o conteúdo programático e 2 (duas) referiram-se aos itens citados acima. A prova foi realizada por uma banca examinadora composta por duas pedagogas e uma psicóloga com conhecimentos e experiência na área de deficiência intelectual.
A pessoa classificada em primeiro lugar não teve interesse em assumir, e os dois candidatos seguintes, um do sexo masculino e outro do sexo feminino, foram chamados. O Instituto Olga Kos orientou a contratação, e eles assumiram jornada de período integral, como todos os colaboradores do CRECI. O rapaz selecionado não se adaptou à primeira função para o qual foi designado e foi transferido, sendo bem sucedido nessa segunda função. A jovem não apresentou dificuldade desde o início.
Foi feito acompanhamento dos contratados por um ano, quando foram feitas reuniões com a equipe que trabalhava diretamente com eles e palestras para os colaboradores do CRECI que tinham contato, uma dessas palestras aconteceu antes do início das atividades dos mesmos. O Instituto Olga Kos ficou à disposição para orientar sempre que houvesse dúvidas na orientação das tarefas ou em questões de convivência. Houve contatos periódicos com o CRECI, mas não houve necessidade de intervenções formais.
O CRECI informou que divulgou essa contratação em outras regiões, mas nenhuma delas deu continuidade à iniciativa e o Instituto Olga Kos também não teve sucesso nas tentativas de realizar outros concursos. Após sete anos de contratação houve novo contato com todos os envolvidos, ou seja, diretoria do CRECI, equipe e contratados, além da equipe do Instituto e constatou-se que esses colaborares estavam integrados à equipe e à rotina de trabalho – a inclusão profissional foi bem sucedida.