Entre medalhas e troféus, o grande destaque do festival que aconteceu no Centro Esportivo de Pirituba foi o desenvolvimento e a interação de cada participante, o empenho individual teve impacto notório no coletivo formado por praticantes entre 07 e 17 anos das regiões de São Mateus, Pirituba e Campo Limpo.  Nesta ação os participantes foram de fato os protagonistas e deram um verdadeiro show de desenvolvimento e todos ganharam se avaliarmos o crescimento pessoal.

A coordenadora do departamento de esportes do IOK, Crystiane Souza, destaca que outras agendas, normalmente, contam com mais atrações, já este evento foi todo feito e pensado para e pelos participantes que foram a única atração do dia o que permitiu uma atuação mais intensa.  “O festival de futsal Bons de Bola veio para confirmar o sucesso dos projetos nesta modalidade no Instituto Olga Kos. O nosso objetivo é promover a inclusão através do esporte. O evento foi um sucesso graças ao empenho de todos”, conclui Crystiane Souza.

Durante  as cinco partidas era notório o quanto todas as equipes evoluíram: “alguns participantes não conseguiam no início das oficinas de futsal caminhar, segurar, não tinham equilíbrio, e na quadra conseguiram lidar com o próprio corpo, mostraram  força, equilíbrio, agilidade, troca de direção, lateralidade…” avalia a educadora física e assistente de coordenação Maat Krishina Maas Machado.


É importante destacar que o Bons de Bola é formado por uma equipe multidisciplinar, profissionais de diferentes áreas do saber atuam juntos em prol dos beneficiários. É o caso do psicólogo Fabio de Paula Santos que tem como pares fisioterapeutas, e até fotógrafos na equipe. Para ele a principal importância das oficinas do IOK é a inclusão e a busca pela autonomia onde os participantes conseguem desenvolver a parte física devido ao esporte, mas também o intelecto e o emocional: “os participantes aprendem números, letras, cores, o diferencial do futsal em relação as outras modalidades do esporte é o dinamismo, o que exige concentração, raciocínio. Fora outros aprendizados como disciplina, organização, interação, se colocar no lugar do outro… Cada um tem um tempo, um limite, aprender a lidar com as diferenças auxilia, na formação do caráter do indivíduo.”

O participante Gustavo de Oliveira é uma prova viva desta autonomia. O jovem de 13 anos todas as segundas e quartas-feiras vai sozinho para as oficinas de futsal do IOK, entre as habilidades desenvolvidas e assistidas faz parte do cronograma o uso do transporte público, uma preocupação de alguns responsáveis que nem sempre têm como levar os filhos nas oficinas e lidam com o receio de que este jovem se perca no trajeto.  Ele compartilhou que percebeu uma melhora na respiração e que se sente mais responsável desde que começou a frequentar há um ano o instituto.  “Eu fiz dois gols, eu sempre imaginava que um dia iria jogar, agora estou caminhando, me dão responsabilidades e eu consigo dar conta de tudo” dispara o jovem atleta.

Já Moises do Santos Ferreira, diagnosticado com epilepsia e retardo mental moderado, dispara “eu gosto de me diverti, mas evolui muito e fiz muitos amigos “, assim ele cita nome por nome dos amigos que conquistou nas oficinas que frequenta desde de 2019. “Trabalhar em equipe faz parte do ambiente”, afirma Moises que além dos gols e amigos demonstrou alegria por outro motivo: “estou até magrinho”.

Maria Perpétua Dantas Giovanini, mãe da participante Camila Dantas Giovanini, observou que a filha é muita ansiosa e que está aprendendo a respeitar: “é muito importante esperar o momento dela, não ultrapassar os limites”.

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